domingo, 7 de fevereiro de 2010

A.u.S.

Você não pode mais me ver, não pode me achar na sua escuridão.
Você não pode me olhar de onde está.
Estou escondida em mim.
Ocupada em mostrar apenas o que quero ser.
Eu guardei meu vestido de festa e me vesti pro cotidiano,
O que fui é agora apenas uma roupa bonita guardada numa gaveta.
Talvez as traças a comam, e o tempo a torne amarela;
Talvez eu cresça muito e não caiba mais dentro dela.
Talvez embolore e me faça mal.
Mesmo assim, eu sempre saberei o que tem dentro da gaveta.
O que não sei, é se algum dia voltarei a abri-la.
Pois os tempos são outros. E nessa nova época se usam outros vestidos.
Ainda te imagino do meu mundo. Do alto da minha torre.
Você parece algo tão pequeno visto daqui de cima.
Algo tão pequeno comparado ao lugar onde antes te reservei.
Mas ainda te ouço bem.
Porque como antes,
Daqui,
Tudo que escuto é o silêncio.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Balanço

Estar só não doi. O que realmente doi é ficar sozinho consigo mesmo.
As pessoas, as coisas, os sentimentos. Tudo fora do lugar.
Esvazie suas gavetas e arrume sua estante.
Pra nunca mais voltar. O que está perdido, perdido está.
Mas não se pode mesmo encher um copo cheio. Alguém ai viu meu copo???
Uma dose dupla de realidade sem gelo, por favor.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ich verlasse Heut' dein Herz

Eu hoje me afasto do seu coração
Me afasto de sua proximidade.
Do refúgio dos seus braços.
Do calor da sua pele.
Como crianças que outrora fomos
Jogadores - Noite após noite.
Fiéis ao espelho.
Então, nós dançamos até o dia.

Eu hoje me afasto do seu coração
Me afasto de sua proximidade.

Eu me afasto de suas lágrimas
Me afasto do que eu tive
Eu recomendo hoje seu coração
À vida, à liberdade e ao amor.
Então, estou tranqüilo
Porque te amo.
Silenciosamente me afasto de você
O último beijo - perdido na mente.

O quanto de culpa você acha que deve permanecer?
Pelo que eu sinto, eu te agradeço.
Eu te agradeço por todo o amor.
Eu te agradeço na eternidade.

Eu hoje me afasto do seu coração
Me afasto do seu amor.
Eu me afasto do seu coração, sua vida, seu beijo,
Seu calor, sua proximidade, sua doçura.

Tilo Wolff



Eu fui.
Mas não esqueci quem ficou.
Não há mais palavras a serem ditas,
compartilharemos nossas dores à distância.
Não lamento por me agarrar a vida
só me entristeço pelos que tateiam no escuro e não enxergam as portas abertas no caminho.
As coisas não se acabam, elas apenas se transformam.
Nem boas nem más, elas apenas serão diferentes.
Conheço bem meu preço, e eu o pagarei sozinha.

Enquanto a você Allan, te agradeço por cada sorriso que você libertou na minha alma. Por me pegar em pedra bruta e melhorar coisas que eu não imaginava possuir.
Por me mostrar a vida pelos olhos de quem sabe o que é amar.
Te quero sempre muito bem, sempre muito leve.
Indo além de todos meus erros e desacertos, você sempre será parte do que eu sou.
"No meu livro de aventuras, estão registradas nossas lindas e verdadeiras estórias. Viramos nossas página, e eu sei que as próximas fotos do seu livro serão as mais coloridas. A vida está lhe esperando na porta. Abra a porta. Agora é contigo.
Obrigada por tudo parceiro."



"But before you come to any conclusion,
Try walking in my shoes,
Try walking in my shoes...
You'll stumble in my footsteps"

Depeche Mode "Walking in my shoes"

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Eu


Quero quem me carinhe, quem me faça bem.
Quem dentre um mundo inteiro queira eu e mais ninguém.
Quem me traga flores sem motivo,
e faça de uma quinta chuvosa um motivo pra sorrir.
Quem me ouça sem lembrar,
e quem lembre de mim sem me ouvir.
Quero uma paixão explosiva no peito,
insônia, pranto, loucura e desajeito.
Quem me bronqueie, me encante,
que sinta algo nunca sentido antes.
Quem saiba minha cor e meu cheiro,
mas sem conhecer bem pra não enjoar.
Quem não me entenda em nenhuma linha,
e mesmo assim tenha uma razão pra ficar.
Quero o vermelho intenso da vida,
em quadros expressionistas de largas pinceladas,
o sabor azedo da partida,
que ressuscita os sentidos e a alma.

domingo, 12 de julho de 2009

Tabuleiro em preto e branco

Todas as peças estão em posição. Um silêncio profundo inicia a partida. O pequeno pião, já mostrando à que veio, avança decididamente duas casas. Depois disso, o silêncio seria apenas uma opção dos pobres de espirito.

Com alguns poucos movimentos a genialidade foi demonstrada, e sua soberania já não era duvida. Além da admiração imediata, fundamentei meu respeito observando cada pequeno gesto. Sua nobreza, sua humildade, seu sofrimento canalizado. Sua simplicidade.

Infelizmente, nobreza é uma qualidade de poucos, e os cavalos adversários o forçaram a recuar. Não porque ele ameaçava a estrutura do jogo, mas porque algumas peças se propõe a desarmar os jogadores mais desatentos. Somente pelo mérito que isso lhes dá.

E sua própria rainha, não estando à altura de sua majestade, partiu deixando-o ainda mais frágil. À essa altura, sua torre encantada, sozinha, já não era suficiente para protegê-lo.

Mas, tendo nascido com a marca da perseverança e do perfeccionismo, armou sua última grande jogada pra terminar a partida empatado com a vida. Os dois com seus méritos de bons jogadores.

Maldita egoísta inescrupulosa. Quis a vitória só pra si.

E é com o coração partido que assisto a jogada final dessa partida. Xeque-Mate.

O Rei está morto.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Devil May Cry


As vezes as idéias parecem não fazer sentido. Você se pega imaginando coisas que são absurdas de se pensar. Mas você as quer, as deseja muito e não sabe exatamente o que fazer para se livrar desse desejo.

Você não é sozinho, portanto, existem mais coisas a serem consideradas. Seria mais prático se você passasse por cima de todas as outras vontades e sentimentos que o rodeiam e simplesmente agisse como um animal. Quer deixar seus impulsos te guiarem. Mas, isso lhe causaria mais dor. Você teria que conviver com a culpa depois.

Conveniências, burocracias e todo tipo de formalidades te enojam. O convívio com algumas pessoas te sufoca. E sua grande e única responsabilidade é buscar não ter responsabilidade alguma.

No momento, essa sou eu.

Um demônio representado no corpo atraente de uma flor. E minha singeleza é um veneno letal.
Para mim, e para os outros.

sábado, 30 de maio de 2009

Asterix e Obelix contra Ellen

Não entendo o maldito francês, me sinto uma perfeita ignorante dentre tantos acentos, beiços e vogais.

Esta ficando tudo misturado. Estou falando uma espécie de potunholinglefrances que não entendo e nem faço compreender.

Como é difícil se empenhar em uma língua totalmente desconhecida, estou ficando preocupada com meu aprendizado. Será que serei capaz de transpor esse obstáculo gigante entre eu e a França?!!!

Paciência minha cara. Nada é impossível no mundo. E se outras pessoas podem eu também consigo.

Tout va bien! Je suis Ellen Nunes, je suis brésilienne. Je suis philosophe.

Em uma primeira aula creio que esteja de bom tamanho.

Je suis
Tu es
Il (lui/elle) est
Nous som mes
Vous êtes
Ils (Elles) sont

O que todos nós somos ainda não sei. Mas espero que no mínimo, razoáveis entendedores de francês.

Merci beaucoup.