domingo, 7 de fevereiro de 2010

A.u.S.

Você não pode mais me ver, não pode me achar na sua escuridão.
Você não pode me olhar de onde está.
Estou escondida em mim.
Ocupada em mostrar apenas o que quero ser.
Eu guardei meu vestido de festa e me vesti pro cotidiano,
O que fui é agora apenas uma roupa bonita guardada numa gaveta.
Talvez as traças a comam, e o tempo a torne amarela;
Talvez eu cresça muito e não caiba mais dentro dela.
Talvez embolore e me faça mal.
Mesmo assim, eu sempre saberei o que tem dentro da gaveta.
O que não sei, é se algum dia voltarei a abri-la.
Pois os tempos são outros. E nessa nova época se usam outros vestidos.
Ainda te imagino do meu mundo. Do alto da minha torre.
Você parece algo tão pequeno visto daqui de cima.
Algo tão pequeno comparado ao lugar onde antes te reservei.
Mas ainda te ouço bem.
Porque como antes,
Daqui,
Tudo que escuto é o silêncio.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Balanço

Estar só não doi. O que realmente doi é ficar sozinho consigo mesmo.
As pessoas, as coisas, os sentimentos. Tudo fora do lugar.
Esvazie suas gavetas e arrume sua estante.
Pra nunca mais voltar. O que está perdido, perdido está.
Mas não se pode mesmo encher um copo cheio. Alguém ai viu meu copo???
Uma dose dupla de realidade sem gelo, por favor.