domingo, 12 de julho de 2009

Tabuleiro em preto e branco

Todas as peças estão em posição. Um silêncio profundo inicia a partida. O pequeno pião, já mostrando à que veio, avança decididamente duas casas. Depois disso, o silêncio seria apenas uma opção dos pobres de espirito.

Com alguns poucos movimentos a genialidade foi demonstrada, e sua soberania já não era duvida. Além da admiração imediata, fundamentei meu respeito observando cada pequeno gesto. Sua nobreza, sua humildade, seu sofrimento canalizado. Sua simplicidade.

Infelizmente, nobreza é uma qualidade de poucos, e os cavalos adversários o forçaram a recuar. Não porque ele ameaçava a estrutura do jogo, mas porque algumas peças se propõe a desarmar os jogadores mais desatentos. Somente pelo mérito que isso lhes dá.

E sua própria rainha, não estando à altura de sua majestade, partiu deixando-o ainda mais frágil. À essa altura, sua torre encantada, sozinha, já não era suficiente para protegê-lo.

Mas, tendo nascido com a marca da perseverança e do perfeccionismo, armou sua última grande jogada pra terminar a partida empatado com a vida. Os dois com seus méritos de bons jogadores.

Maldita egoísta inescrupulosa. Quis a vitória só pra si.

E é com o coração partido que assisto a jogada final dessa partida. Xeque-Mate.

O Rei está morto.